MP-MA investiga contratação de servidores fantasmas, superfaturamento em contratos com empresas terceirizadas e locação de imóveis em nome de laranja.
O Ministério Público do Maranhão (MPMA) instaurou três investigações distintas para apurar irregularidades administrativas envolvendo o prefeito de Raposa, Eudes Barros. As investigações, publicadas nesta quarta-feira (9) no Diário do Ministério Público, abrangem denúncias de contratação de servidores fantasmas, suspeitas de superfaturamento em contratos de empresas terceirizadas e irregularidades na locação de imóveis pela gestão municipal.
1. Contratação de servidores fantasmas
Uma das investigações mais delicadas envolve a suspeita de contratação de servidores fantasmas pela prefeitura de Raposa. De acordo com a denúncia recebida pela Promotoria de Justiça, funcionários municipais estariam recebendo salários sem exercer as funções para as quais foram contratados.
A apuração é liderada pelo promotor de justiça Reinaldo Campos Castro Júnior, que investiga a participação de 21 servidores, além do próprio prefeito, no esquema de contratação fraudulenta. As suspeitas envolvem funcionários que não aparecem no local de trabalho ou não desempenham funções correlatas ao cargo, configurando uma possível violação dos princípios da moralidade e eficiência administrativa.
A denúncia envolve os seguintes servidores: Joceilton Gomes da Rocha; Mauricelha Lima Ferreira; Lorena Campos Schliebe; Josedekson Garcia Rocha; Ana Paula Aguiar Oliveira; Mairla Ferreira de Sousa; Daiane Silva Sampaio Dias; Lorenna Mendes Moura Pires; Adailson Conceição Rodrigues; Willison Carlos Pereira da Silva; Daividh Luis Cavalcanti de Britto; Gilberto Carlos dos Anjos; Erlane Viana Matos de Oliveira; William Trindade de Carvalho; José Ribamar Brandão Rodrigues; Paula Letícia Sousa Ferreira; Claudiana Lopes Froes; José Rodrigues da Rocha Filho; Lys Angelo Teixeira; Edson Santos Rodrigues e Juliana Leal Estrela.
Esses servidores são acusados de nunca terem exercido suas funções, recebendo salários sem prestar serviços à população.
2. Superfaturamento em contratos com empresas terceirizadas
Outra frente de investigação aberta pelo MPMA diz respeito a supostas irregularidades na contratação de uma empresa de fachada. A empresa teria firmado contratos milionários com a prefeitura de Raposa, sendo responsável por diversas obras e serviços no município.
As investigações focam em possíveis desvios de recursos e superfaturamento nas contratações. O MPMA busca entender se houve favorecimento ilícito na escolha da empresa e se os valores pagos estão de acordo com os serviços prestados. A apuração desses fatos poderá levar a ações civis públicas ou, em casos mais graves, a processos criminais.
3. Locação de imóveis em nome de laranja
A terceira investigação apura denúncias de locação irregular de imóveis pela prefeitura. Segundo o MPMA, a gestão de Eudes Barros teria firmado contratos suspeitos com Vanilson Oliveira Silva, que, em 2023, teria locado dois imóveis para a prefeitura de Raposa.
A suspeita é de que os contratos podem ter sido superfaturados ou celebrados com desvio de finalidade, caracterizando mais um possível ato de improbidade administrativa. O promotor de justiça Reinaldo Campos solicitou que sejam fornecidos todos os documentos relacionados aos contratos, além de dados detalhados sobre os imóveis e as razões que levaram à escolha dos mesmos.
Fonte: Blog do Domingos Costa