A educação do Maranhão segue avançando e conquistando prêmios. O Centro Educa Mais Amaral Raposo, localizado no município de Grajaú, conquistou, no dia 05 de junho, o 1° e 3° lugares na categoria médio/técnico, na VI Expociências e III Mostra de Trabalhos Científicos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A escola concorreu com outras instituições da rede pública estadual e federal, por meio de dois projetos inovadores, sendo eles “Hydrobot Duino: Projeto de Hidroponia no Centro Educa Mais Amaral Raposo” e “Construção de um gerador de Van de Graaff com materiais de baixo custo”.
O Projeto Hydrobot Duino, que ficou em 1º lugar, contou com a participação dos estudantes Hiarley de Morais Rabêlo, Flávia Monteiro de Paula, Brenno Henrique da Silva Monteiro, Everson Costa Pessoa, e também do professor Lourisvan da Silva Soares. Já o Projeto de Construção de um gerador de Van de Graff, 3º colocado, teve a participação dos estudantes João Lucas Silva Sousa, Lya Raquel Leal Mota Fonseca, Maria Geilane de Oliveira Lopes, e ainda do professor Célio Roberto Santos Penha Rosa.
“É gratificante participar de um projeto como este e ainda ser premiado. O nosso projeto Hidrobot Duino, que é o sistema hidropônico automatizado, vai beneficiar a sociedade. Ao participar desse projeto, eu ampliei os meus conhecimentos, principalmente sobre a parte da Química, Robótica e Informática, que irão contribuir para o meu projeto de vida”, exprimiu o estudante do 3º ano, Hiraley de Morais Rabêlo, 17 anos.
“A iniciação científica é fundamental dentro do espaço escolar. Conquistamos várias premiações, são três anos consecutivos ganhando o primeiro lugar em eventos científicos e percebemos o interesse do aluno com aquela vontade de buscar a ciência, para alavancar seu conhecimento científico e isso para nós, professores, orientadores e pesquisadores, é relevante demais. É interessante ver o quanto a ciência está inserida no contexto dos nossos alunos”, destacou o professor de Química, Lourisvan da Silva Soares.
Na prática, a hidroponia consiste no cultivo de plantas sem solo e exige um controle meticuloso das condições ambientais para garantir o desenvolvimento saudável dos vegetais. Com os avanços tecnológicos, a automação tornou-se uma realidade nesse campo, permitindo o controle preciso de diversos parâmetros e processos.
A estrutura, projetada para acomodar plantas de pequeno porte, foi construída sobre uma bancada com dimensões específicas: 1,0 metros de altura, 1,45 metros de comprimento e 0,75 cm de largura. Utilizou-se uma combinação de suportes de madeira e lona plástica para garantir durabilidade e eficiência na proteção do ambiente de cultivo. Utilizou-se o micro controlador Arduino Uno (Bomba d’água e módulo relé) para configurar e programar as funções desejadas.
“Os projetos desenvolvidos na nossa escola contribuem muito para o desenvolvimento do protagonismo dos nossos estudantes. Os professores estão, cada vez mais, envolvidos em projetos de pesquisa científica e isso traz mais conhecimentos não só para o professor como aprofunda os conhecimentos que também são difundidos dentro da escola, e servem de estímulo aos nossos jovens”, ressaltou Socorro Prado, gestora geral do Centro Educa Mais Amaral Raposo.
“O projeto foi extremamente importante para a nossa escola, porque foi aplicado e, juntamente com a minha equipe, eu tive a oportunidade de conhecer melhor sobre a agricultura tradicional e trazer para a nossa realidade” Flávia Monteiro, 3º ano, 17 anos.
Horta na escola, além de um projeto
“Trazer o projeto da horta para a escola é algo muito importante porque significa trazer um pouco da minha trajetória. Antes de ser professor, eu trabalhava, desde os oito anos, na rua com a venda de cheiro verde e alface para ajudar a minha mãe. Contei essa história para os alunos, eles ficaram comovidos e também disseram, “Professor, vamos fazer uma horta? Então, surgiu a horta do Centro Educa Mais Amaral Raposo”, ressaltou o professor Lourisvan.
“A horta também tem outra história interessante. A nossa Ana Melissa, aluna da escola, veio a óbito, e o nome dessa horta é em homenagem a ela que se chamará Jardim da Mel, porque a Melissa era uma aluna que amava muito o Centro Educa Mais e fazia questão de vir para a escola, mesmo doente. Ela sentia a necessidade de estar no espaço escolar porque fazia bem a ela”, emitiu Lourisvan.
O professor Lourisvan também deixou uma mensagem significativa para quem acredita que a educação transforma sonho em realidade. “Hoje, não existe o Lourisvan, que sofreu vendendo cheiro verde na rua, hoje existe o professor Lourisvan, que tem objetivo de transformar sonhos em realidade. Estou pondo em prática algo que eu sonhei, e que não seja uma obrigação, um trabalho, mas sim um momento de lazer, de experiência e educação”, concluiu o professor.
Gerador de Van de Graaff com materiais de baixo custo
O objetivo do projeto é construir um gerador de Van de Graaff com materiais alternativos, como metodologia de ensino-aprendizagem nas aulas de Física, através da exposição de experimento, introduzindo assim os conceitos da eletrostática.
O professor Célio Roberto falou sobre o material utilizado para a montagem do gerador. “Para a base do gerador, utilizaremos um pedaço de madeira de 31cm de comprimento por 20 cm de largura e para a coluna, um cano PVC de 50 mm de diâmetro e 50 cm comprimento. Para os roletes inferior e superior será utilizado um tubo de marcador para quadro branco (pincel), coberto por fita isolante e recoberto com fita teflon”, explicou.
“Para a confecção da correia, serão utilizadas tiras de EVA de 2,5cm de largura por 35cm de comprimento; sendo suas extremidades unidas e coladas. A correia de borracha é responsável por transportar as cargas geradas pelo processo de eletrização até a cúpula do gerador. Utilizaremos também outros materiais de baixo custo, para a montagem completa do gerador”, concluiu o professor Célio Roberto.
Mestrado
Em seu trabalho de mestrado, o Professor de Física, Célio Roberto Rosa, aborda o tema da gamificação, que está sendo aplicada no Centro Educa Mais Amaral Raposo, para ajudar os estudantes na compreensão sobre óptica geométrica.
“Apresentamos o trabalho, Experimentação e Gamificação como metodologia no ensino e aprendizagem da óptica geométrica, como uma ferramenta para mediar os estudantes na compreensão dos assuntos sobre óptica geométrica no Ensino Médio. A proposta desse produto educacional é a produção de uma sequência didática (SD), proporcionando para o estudante uma aprendizagem que seja potencialmente significativa, que faça sentido em seu cotidiano o entendimento sobre assuntos abordados em sala de aula com a realidade em que vive”, disse o professor Célio.
“Abordaremos os conteúdos sobre óptica geométrica através de experimentos, utilizando kits didáticos “Aventuras na ciência”, como o tema Aventuras com raios de luz, e também através de jogos de cartas, como o Óptica Master um quis de perguntas e respostas e a trilha da óptica geométrica, um jogo de tabuleiros, equivalente ao jogo com o tema de geografia “fontes de energia” que olhei na internet conhecido como classe invertida localizada no site https://classeinvertida.blogspot.com”, finalizou Célio Roberto.