Campo Grande: Prefeitura faz milagre e transforma púlpito em cargo público

A prefeita Adriane Lopes (PP) inovou na gestão pública e resolveu terceirizar a administração de Campo Grande diretamente para o alto clero. Doze pastores foram nomeados para cargos na prefeitura, tudo, segundo a administração, por “critérios estritamente técnicos e profissionais” – claro, porque quem melhor para conduzir a máquina pública do que alguém acostumado a guiar rebanhos?

A Igreja Evangélica Assembleia de Deus Missões, frequentada pela prefeita e sua família, parece ter virado um verdadeiro berçário de talentos administrativos. O problema é que a prefeitura não explicou quais foram esses critérios técnicos e profissionais. Seria a capacidade de multiplicar pães e peixes para lidar com o orçamento? O talento para converter problemas em promessas? Ou, quem sabe, a especialidade em passar a sacolinha e arrecadar fundos?

Quando questionada, a prefeitura se limitou a uma nota curta e genérica, digna de versículo bíblico, garantindo que tudo foi baseado nas "necessidades municipais" e "qualificações dos indicados". Mas vamos combinar: se fosse para seguir critérios estritamente técnicos, Campo Grande já teria resolvido o trânsito, os buracos nas ruas e a fila do SUS com uma prece bem forte.

Enquanto isso, os fiéis servidores públicos – literalmente – seguem firmes na missão de administrar a cidade. Agora resta saber se as bênçãos divinas também incluem transparência na gestão.