A Polícia Federal (PF) chegou a pedir a prisão do influenciador fitness Renato Cariani, alvo de uma operação contra desvio de produtos químicos e tráfico de drogas, nesta terça-feira (12), mas a Justiça negou. A informação foi confirmada por delegados de PF durante coletiva no fim da manhã, em São Paulo.
Além da prisão de Cariani, a polícia solicitou ao Judiciário outras três prisões, que também foram negadas pela Justiça. De acordo com o delegado da PF Vitor Beppu Vivaldi, responsável pela investigação, o Ministério Público Federal (MPF) concordou com os pedidos de prisão com base na continuidade delitiva.
A investigação da PF apontou que os crimes de desvio de produtos químicos usados para o refino e preparo de cocaína e crack foram cometidos entre 2014 e 2020. A polícia tomou conhecimento do esquema no fim de 2021, após denúncia feita por parte de farmacêuticas multinacionais que estavam sendo usadas no esquema.
“As farmacêuticas foram ouvidas em procedimentos da Receita Federal e elas não têm como fornecedora a empresa investigada. Não compravam e não forneciam. E eventuais pessoas físicas que passaram pela investigação nunca tiveram relação empregatícia com as farmacêuticas”, afirmou o delegado da PF Fabrízio Galli, chefe da Delegacia da PF de Repressão à Entorpecentes.
Foram cumpridos nesta terça 18 mandados de busca e apreensão em cidades paulistas, em Curitiba, no Paraná, e em Rubim, no interior de Minas Gerais. Ao todo, 16 pessoas são investigadas pela polícia.
O principal alvo da operação foi o influenciador, que é sócio de uma indústria química de Diadema, na Grande São Paulo. O local e a casa dele foram alvos de mandados de busca. Cariani tem 7,3 milhões de seguidores no Instagram e 6 milhões de inscritos no YouTube. A reportagem tenta contato com a defesa dele.
Mais de 70 policiais federais, agentes do Gaeco de São Paulo e da Receita Federal participaram da ação desta terça.
Segundo a polícia, as investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais, vítimas que figuraram como compradoras.
A polícia identificou 60 transações que renderam cerca de 12 toneladas de produtos químicos, como fenacetina, acetona e éter etílico - cerca de R$ 6 milhões. De acordo com a investigação, a quantidade de produtos corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para o consumo.
Para dissimular a procedência ilícita do dinheiro recebido com o esquema, a quadrilha usava diversas metodologias, como a constituição de “empresas fantasmas”. Os investigados vão responder pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e de lavagem de dinheiro. As penas somadas podem ultrapassar 35 anos de reclusão
Fonte: https://www.metropoles.com
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