Postado em: 14 de agosto de 2023 | Por: Ezequiel Neves

Mulheres estão mais propensas a perderem empregos para a inteligência artificial até 2030

 

Foto: Canaltech

Mulheres correm mais risco que homens de perderem seus empregos até o final da década devido ao crescimento de inteligência artificial (IA) e automação, segundo um novo relatório do McKinsey Global Institute.

O relatório aponta que quase um terço das horas trabalhadas nos Estados Unidos poderia ser automatizado até 2030. As indústrias que mais devem encolher por causa da automação são serviços alimentares, atendimento ao cliente, vendas e suporte de escritório.

Mulheres são superrepresentadas nesses setores — e ocupam mais empregos com salários baixos do que homens — então elas correm o risco de serem mais afetadas, aponta o relatório.

Trabalhadores negros e hispânicos, trabalhadores sem diploma universitário e os trabalhadores mais jovens e mais velhos também têm mais probabilidade de ter que encontrar novos empregos até 2030, diz o estudo.

De acordo com o relatório, até 2030, pelo menos 12 milhões de trabalhadores precisarão mudar de emprego à medida que as indústrias em que trabalham diminuam — 25% a mais do que o instituto previu em um relatório publicado em fevereiro de 2021. A maioria desses trabalhadores estará na parte inferior da escala salarial, e provavelmente precisarão adquirir novas habilidades antes de poderem fazer a transição para novas indústrias.

O relatório indica que o mercado de trabalho também será revolucionado na próxima década pelos investimentos do governo em tecnologia verde, pela crescente demanda por profissionais de saúde e pelas mudanças estruturais na força de trabalho causadas pela pandemia. Ele afirma também que essas tendências convergirão com os avanços na IA, o que irá aumentar a demanda por alguns empregos existentes, criar novos vagas em novas indústrias e tornar outras ocupações obsoletas.

Os trabalhadores de baixa remuneração são os mais vulneráveis a perdas de emprego até 2030 em todas as categorias, segundo a McKinsey. Ela mostra que trabalhadores que ganham menos de US$ 38,2 mil poderiam representar quase 80% de todas as possíveis transições de carreira nesse período. Isso significa que vendedores de varejo, caixas e outros trabalhadores de baixa remuneração — entre os quais uma proporção maior são mulheres — são particularmente vulneráveis.

Embora os avanços na IA tornem alguns empregos obsoletos, também poderiam ter alguns efeitos positivos em empregos existentes e criar novas oportunidades de trabalho, de acordo com o relatório. Para trabalhadores de colarinho branco, a automação pode significar menos tempo fazendo tarefas rotineiras ou técnicas e mais tempo dedicado a trabalhos criativos ou estratégicos que a inteligência artificial ainda não pode fazer.

O relatório aponta que advogados e engenheiros civis estão entre os trabalhadores que mais se beneficiarão. Mas trabalhadores em campos mais manuais, como saúde ou agricultura, realizam tarefas que não podem ser automatizadas com tanta facilidade.

“Vemos a IA generativa aprimorando a maneira como trabalham profissionais de exatas e com funções criativas e de negócios, em vez de eliminar um número significativo de empregos diretamente”, escrevem os autores.

Estadão Conteúdo

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