Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A facção criminosa que planejava matar e sequestrar autoridades tinha como alvos ao menos 11 pessoas, segundo apurou a TV Globo.
Além do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e do promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), estavam na mira do PCC:
- Rosangela Moro (deputada federal e esposa do senador)
Filhos do casal
- Ex-comandante da PM de Campo Grande (MS)
- 2 diretores do Sistema Penitenciário de SP
- 2 diretores de presídios federais
- 1 agente penal federal em Porto Velho
Na casa de um dos suspeitos presos nesta quarta-feira (22), foi apreendido um caderno com mais nomes de alvos da facção.
Segundo apurou a TV Globo, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC, vinha cobrando desde janeiro a execução do plano, mas os responsáveis pelo planejamento respondiam que precisavam de mais tempo, alegando haver dificuldades operacionais.
Família monitorada
A família de Moro já estava sendo monitorada desde janeiro por integrantes do PCC suspeitos de planejar matar e sequestrar autoridades, segundo o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente, interior de São Paulo.
Nesta terça-feira, uma operação da Polícia Federal prendeu nove pessoas suspeitas de integrarem a facção criminosa que planejava os atos contra as autoridades.
Outro alvo dos criminosos era o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que desde o começo dos anos 2000 investiga a facção que age inclusive dentro dos presídios e fora do país. Gakiya vive há mais de dez anos sob escolta policial, 24 horas por dia, por causa das ameaças de morte recorrentes que recebe.
O promotor teria alertado, por telefone, o procurador de Justiça de São Paulo Mário Sarrubo, que estava em viagem ao Tocantins, sobre Moro estar sendo monitorado. Sarrubo, então, alertou Moro e a cúpula da Polícia Federal.
Informações dadas à Diretoria-Geral da PF
Sarrubo e Gakiya foram até Brasília em janeiro e se reuniram com Moro e a mulher dele, Rosângela Moro (União Brasil-SP), eleita deputada federal. Todas as informações reunidas foram repassadas para a direção-geral da PF, que designou um delegado para abrir uma investigação. Sergio Moro e a esposa passaram a ter reforço na segurança pessoal.
Chefes das polícias legislativas também foram comunicados sobre a investigação.
De acordo com as investigações, os suspeitos planejavam, inclusive, homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da federação. Os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea.
A retaliação a Moro era motivada por mudanças no regime de visitas em presídios. Criminosos também trabalhavam com a ideia de sequestrar o senador como forma de negociar a liberação de Marcola. Ao menos dez criminosos se revezavam no monitoramento da família do senador em Curitiba, segundo agentes.
Os alvos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços do senador. A família de Moro também teria sido monitorada por meses pela facção criminosa, apontam os investigadores.
Conforme apuração do g1, depois de alerta do Gaeco de São Paulo, o senador e a família passaram a contar com escolta da Polícia Militar do Paraná.
Segundo a superintendência da PF, outras autoridades também estavam sendo monitoradas pela facção.
Por César Tralli, TV Globo — São Paulo/g1 Globo
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